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Desenho de reconstituição do sistema hidráulico
dos Moinhos da Rib.ª de Friães,
Bagunte, Vila do Conde
R. Bruno Matos ©
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2025
2 Jornadas
Ibéricas de
Molinologia
15 a 17 de MAIO
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Encontra-se aberta a chamada de comunicações até 28 de fevereiro.
Para mais informações consultar
o separador Chamada de Artigos
LOCAL
CENTRO DE MEMÓRIA
Largo de São Sebastião
4480-754 Vila do Conde | Portugal
SOBRE
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O património molinológico é constituído por um amplo conjunto de estruturas antigas tradicionais, ligadas a sistemas produtivos proto-industriais, que subsistem nas orlas costeiras, nos cumes dos montes e ao longo da rede hidrográfica da Península Ibérica. A APAM - Associação Portuguesa dos Amigos dos Moinhos, com base num inventário incompleto, realizado na década de 1960, estimou-se a existência de 30.500 moinhos tradicionais distribuídos de Norte a Sul de Portugal. Estes moinhos, ao longo dos séculos, tiveram um papel determinante não apenas na subsistência dos aglomerados populacionais, mas também na formação de uma matriz territorial, no desenvolvimento industrial e económico das regiões, na gestão hidrográfica dos rios e na construção de paisagens culturais.
Atualmente, deparamo-nos com um conjunto de desafios relacionados com a preservação, salvaguarda e valorização deste património, maioritariamente devoluto, degradado ou em ruínas correndo sérios riscos de se perder. O seu desaparecimento trará consequências inevitáveis na cultura, na memória coletiva e na identidade das comunidades, isto é, na cadeia de valores que nos distingue enquanto sociedade e nos torna atrativos numa economia global. Felizmente, apesar de prevalecer a exceção sobre a regra, existem ações pontuais desencadeadas pelas comunidades locais (associações, juntas de freguesia ou câmaras municipais) que uniram esforços para reabilitar este património com excelentes resultados na valorização ambiental, cultural e social de um determinado território.
Os últimos avanços na investigação revelam também que estamos num período de enormes desafios ambientais, ecológicos e climáticos. E neste contexto deparamo-nos com um aumento exponencial de ações de “renaturalização” dos rios por toda a Europa, com especial destaque na Península Ibérica. Diversos estudos na área da arquitetura, arqueologia, história, entre outras, demonstram que a rede hidrográfica da Península Ibérica está densamente pontuada por estruturas hidráulicas tradicionais, com elevado valor patrimonial, cuja presença remonta ao período pré-romano, romano, islâmico e que se expandiram desde a formação da monarquia até à revolução industrial.
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Esta permanência secular do património hidráulico nos rios não deveria ser encarada como um obstáculo nas atuais políticas de gestão hidrográfica aplicadas na Diretiva Quadro da Água, mas sim um recurso a explorar com a investigação, resgatando conhecimentos adquiridos e aperfeiçoados ao longo de gerações sobre sistemas e tecnologias tradicionais de gestão hidrográfica, equilíbrio dos ecossistemas ribeirinhos, preservação de paisagens (agrárias, florestais e doméstica), resiliência ambiental dos cursos fluviais, exploração energética renovável, entre outros aspetos de enorme pertinência e atualidade.
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A multidisciplinariedade de temas e problemáticas que os moinhos comportam fazem das 2.as Jornadas Ibéricas de Molinologia uma oportunidade para trocarmos experiências e conhecimentos com o propósito da valorização do território, da cultura, do ambiente e das sociedades que nele habitam.
R. Bruno Matos
CHAMADA DE ARTIGOS
O património molinológico deve ser entendido como um elemento de composição de um amplo sistema cuja dimensão extravasa os limites do moinho, propriamente dito, para se alargar ao território, à paisagem, aos patrimónios (material e imaterial), aos recursos hídricos, ou mesmo aos ecossistemas naturais. Convidam-se os interessados a apresentarem propostas de comunicação no domínio do património molinológico e arquiteturas tradicionais associadas, em diversas áreas disciplinares, nomeadamente: arquitectura, paisagismo, arqueologia, história, biologia, ecologia, hidráulica, geografia, engenharia, recursos hídricos, energia, entre outros. As propostas de comunicação podem ser concebidas em torno dos seguintes eixos temáticos:
1. Património molinológico
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Análise, caracterização ou intervenção arquitetónica para a reabilitação do património molinológico (azenhas, moinhos hidráulicos, moinhos de vento, moinhos de tração animal ou manual, e/ou outras estruturas associadas);
2. Ciclo do Pão
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Interceções entre os moinhos tradicionais e a arquitetura popular, quer no domínio das relações territoriais, quer no domínio das relações arquitetónicas ou socioculturais;
​3. Paisagem fluvial
Estudos, planos ou projetos de intervenção paisagística que integrem o património molinológico da água, do vento ou mesmo a valorização do património hidráulico tradicional.
4. Tecnologia tradicional
Engenhos de produção proto-industriais acionados pela água, vento ou por força animal, sistemas construtivos e/ou tipologias arquitetónicas associados aos moinhos;
​5. Ecossistemas ribeirinhos
Estudos que relacionem as problemáticas da conservação dos ecossistemas fluviais com a salvaguarda, preservação e valorização do património cultural;
6. Energias renováveis
Reconversão do património molinológico em sistemas de microprodução de eletricidade, quer numa perspetiva histórica, quer numa utilidade contemporânea.
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Complexo molinológico de Ponte d'Ave
Macieira da Maia | Bagunte, Vila do Conde
R. Bruno Matos ©
ORGANIZAÇÃO
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CEAU - FAUP – Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
CMVC – Câmara Municipal de Vila do Conde
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COMISSÃO ORGANIZADORA
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Bruno Matos (CEAU-FAUP)
Clara Pimenta do Vale (CEAU-FAUP)
Liliana Pereira (CMVC)
Marta Miranda (CMVC)
Pedro Brochado (CMVC)​
​​
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COMISSÃO EXECUTIVA
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Bruno Matos (coord.)
Clara Pimenta do Vale (coord.)
Ana Valentim
Carolina Correia
Gonçalo Mourão
Liliana Pereira
Pedro Brochado
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2 Jornadas Ibéricas de Molinologia
VILA DO CONDE 2025
Registo brevemente disponível
Direitos reservados Arquivo Municipal de Vila do Conde
Azenhas do Mosteiro de Santa Clara e Azenha da Azurara
Referência: AMVC 16349
c. 1900
ORGANIZAÇÃO:
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PARCEIROS INSTITUCIONAIS:
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